Infelizmente, as limitações físicas e cognitivas tornam-se cada vez mais importantes com o avanço da idade e a prevalência de processos demenciais entre os idosos, em especial Alzheimer, é uma tragédia incomparável a qualquer outro grupo etário. Tanto sua incidência como prevalência aumentam drasticamente com a idade, dobrando a cada cinco anos depois dos 60 anos, ao ponto em que um terço das pessoas acima de 80 anos terá uma forma de demência, a maior causa de incapacidade, institucionalização e morte nessa faixa etária.
Frequentemente, os profissionais de saúde conhecem pouco sobre demência e sua progressão no indivíduo. As famílias raramente têm a informação para conduzir apropriadamente as reações de seus familiares. Cuidadores, sejam formais ou informais, precisam ser orientados. A família, seja estruturada ou não entra em sofrimento e fica sem ação. A desorganização da estrutura, frequentemente, leva ao desgaste das relações familiares.
Pessoas com demência necessitam de estratégias especializadas e técnicas diferentes das usadas por idosos com outras condições clínicas. Merecem estar envolvidas em atividades interessantes, confortáveis, apropriadas à idade e que tenham sentido em suas horas de vigília.
O diagnóstico deve ser visto como um ponto de partida e há muito a ser feito frente ao diagnóstico de Alzheimer. A chave do tratamento é o cuidado singular.
Um modelo de cuidado que se ocupe da necessidade de atenção especializada a todos envolvidos com a pessoa com Alzheimer. Que considere a aceitação dos cuidadores sobre o valor e a dignidade da pessoa com déficit cognitivo e sua necessidade de respeito e reconhecimento. Que desafie o paradigma de cuidados agudos biomédicos, preocupado exclusivamente com tratamento dos sintomas e sinais de doença e com a cura. Que considere a integralidade do idoso e sua funcionalidade, sua família com expectativas próprias e comuns ao idoso, seus desejos e medos, as necessidades de adaptação do espaço físico e da rotina. E essa rotina deve ser simplificada, organizada de forma a garantir a otimização do cuidado, com a valorização das potencialidades que todos os envolvidos na atenção à pessoa com demência podem desempenhar.